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Vídeos que circulam nas redes sociais reforçam as suspeitas de que

 algumas prefeituras do Brasil estejam superdimensionando a pande

mia do novo coronavírus com o objetivo de receber mais recursos 

do governo federal e até mesmo prejudicar as ações de enfrentamen

to à pandemia e seus impactos econômicos.

Em um destes vídeos, o prefeito de Concórdia do Pará, Elias Gui

marães Santiago (PT), diz em um bar lotado que só após receber 

R$ 1,3 milhão irá liberar as atividades na cidade.

“Se eu abrir, eu não recebo R$ 1,3 milhão. Deixa eu receber aí e

u libero”, disse o prefeito de Concórdia.

No vídeo, o político parece estar em uma festa com bebidas e a

glomeração. No evento, ele argumenta que os municípios que m

antém as restrições, recebem uma verba “para combater a pandemia”.

Passado duvidoso

Em 2012, o Ministério Público do Pará (MP) tomou uma decisão so

bre denuncias de irregularidades administrativas no município de C

oncórdia.  A  justiça determinou, por meio de  liminar, o afastamento

 do prefeito municipal, Elias Guimarães Santiago, da secretária de e

ducação, Carmem Lúcia Guimaraes Santiago, do chefe de gabinet

e da prefeitura, Aluizio Guimarães Gonçalves, da Secretária de A

dministração, Alice do Carmo Moreno Cardoso, e do tesoureiro e 

chefe do Setor de Licitações e Contratos, Anderson Brito Matos. 

Eles eram acusados pelo MP de uma série de irregularidades com

etidas em compras diretas de materiais, licitações, favorecimento

 de empresas, entre outras acusações.

Mas após o caso, Elias Santiago foi eleito para um novo mandato.

Gastos com a Covid-19

O governo federal desembolsou até o início de agosto R$ 275,14 bil

hões para financiar as ações de combate ao novo coronavírus e de 

alívio dos reflexos da pandemia no país.

Esse valor corresponde a 53,95% do total do orçamento de R$ 509

,97 bilhões já autorizados para gastos relacionados à pandemia.

Os números foram obtidos em consulta ao Siga Brasil, ferramenta

 mantida pelo Senado em que é possível acompanhar a execução 

orçamentária e que dispõe de um espaço com informações específ

icas sobre os gastos relacionados ao enfrentamento do coronavírus.

De acordo com o Siga Brasil, a ação do governo com maior desemb

olso até o momento é o pagamento do auxílio emergencial, destinad

o a garantir renda a trabalhadores informais afetados pelas medidas

 de restrição adotadas visando desacelerar o contágio pela Covid-19.

Até o dia 5 de agosto, haviam sido pagos R$ 167,6 bilhões direcionados ao auxílio emergencial, o que equivale a 60,93% do total dos gastos.

Em segundo lugar está o auxílio financeiro do governo federal aos e

stados e municípios, cujo desembolso atinge R$ 30 bilhões, o equiv

alente a 10,93% do total desembolsado.